Cultura

Museus a visitar

– Núcleo de Arte Sacra e Etnografia

– Quintal Etnográfico e de Endemismo Açórico

– Casa Rural Maria dos Anjos Melo

Dos Núcleos Museológicos existentes destaca-se o Museu de Arte Sacra e Etnografia. Este é o mais importante e nele podemos observar peças de grande valor histórico e artístico que atestam um passado de grande riqueza a nível religioso. Do seu magnífico espólio realça-se, uma imagem de Nossa Senhora da Ajuda, em madeira pintada, datada do século XVI e que pertenceu à primeira Ermida que existiu na Ribeira Chã, construída na zona do Pisão em 1724.

Podemos, também, observar uma imagem de São José, em estilo Barroco, do século XVIII, originária do Convento da Conceição de Ponta Delgada e que foi doada, em 1856 pelo Governador Dr. Félix Borges de Medeiros para ser colocada na antiga Igreja de São José da Ribeira Chã. No Museu de Arte Sacra é também possível observar a reconstituição do Altar Mor da antiga Igreja de São José da Ribeira Chã, o primeiro sacrário datado de 1902, uma imagem de Santo Antão construída numa oficina da cidade do Porto em 1908 e o reservatório de água batismal construído em 1870, na extinta fábrica de cerâmica Leite, da Vila de Lagoa. Na Secção de etnografia, podemos observar diverso material referente à escola antiga, trajes antigos, figuras de barro, representando as “Cavalhadas” de São Pedro da Ribeira Grande, a Procissão do Senhor Santo Cristo, os Romeiros de São Miguel e os Foliões do Espírito Santo.

É ainda, importante referir que existe uma pequena secção dedicada ao culto do Espírito Santo e uma coleção de cruzes em madeira construídas por um artesão local.

O Quintal Etnográfico e de Endemismo Açórico encontra-se dividido em diversas secções: Endemismo Açórico; Plantas Medicinais; Museu Agrícola; Museu do Vinho; Casa dos Presépios; Casa de Artesanato e de Convívio de Idosos e tendas de Artes e Ofícios Tradicionais.

Quanto ao Museu Agrícola, construído e inaugurado no decorrer do ano de 1983, destacam-se no seu interior os utensílios ligados à Cultura do Pastel, que durante os séculos XVI e XVII, foi uma das principais fontes de riqueza dos Açores. Era aqui cultivado em larga escala, sendo o pó resultante da manipulação adequada, exportado para a Flandres e Inglaterra. O sítio do Pisão, nesta freguesia, era o principal local de produção. Pessoas de toda a ilha aqui vinham moer ou “pisar” o pastel, de forma tão marcante que o nome perdurou. Das peças referentes à Cultura do Pastel, podem ser observadas uma mó em pedra, o tabuleiro de secagem do pastel e duas balanças. No jardim anexo, são, ainda hoje, plantados alguns exemplares dessa planta tintureira. Ainda no Quintal Etnográfico, podemos observar onze tendas de artes e ofícios tradicionais, com destaque para a taberna, sapataria, mercearia, barbearia, alfaias agrícolas e tenda dos brinquedos antigos.

Junto do Museu Agrícola, fica o Museu do Vinho, que dá a conhecer os utensílios utilizados na elaboração conservação deste produto.

O terceiro “museu”, incluído no Quintal Etnográfico, consta da “Casa dos Presépios”, onde se pode observar, vários presépios construídos em diversos materiais, por artesãos da freguesia. Na Casa de Artesanato e de Convívio de Idosos, estes encontram a forma de terem uma participação ativa na vida da comunidade, realizando, entre outras atividades, diversos trabalhos de artesanato que podem ser adquiridos pelos visitantes. Já fora do Quintal Etnográfico situa-se a Casa Museu de Maria dos Anjos Melo, doada pela sua proprietária à Igreja, mantendo toda a sua traça original. Este Museu foi inaugurado em 1996 e, no seu interior, podemos observar o ambiente doméstico micaelense, com a típica cozinha, o sótão e o quarto de dormir. Esta casa é digna de destaque e merece uma visita atenta de quem percorre os Núcleos Museológicos da Ribeira Chã.

Festas e Atividades Culturais

As principais festividades da freguesia da Ribeira Chã são:

– Festival da Malassada (decorre no mês de fevereiro);

– Festas do Divino Espírito Santo (tem lugar no início do Verão, entre os meses de junho ou julho);

– Festa do Santíssimo Sacramento (decorre no último fim de semana de julho);

– Grande Noite de Fados (é um evento bianual que se realiza no segundo fim-de-semana de setembro);

Anualmente, a Junta de Freguesia da Ribeira Chã realiza o Festival da Malassada, no Centro Comunitário Padre João Caetano Flores.
Este festival enquadra-se nas comemorações da época carnavalesca, promovendo a malassada, que é um doce tradicional do Carnaval açoriano, sendo também uma forma de promover um produto confecionado com base numa receita típica da Ribeira Chã.
Toda a logística do festival é pensada de forma a divulgar aspetos da cultura local. Assim, no que se refere à ornamentação do espaço, esta é feita utilizando adereços da época festiva do Carnaval, criando um ambiente para um agradável e alegre convívio. As malassadas são servidas em cestos de vime e o chá de poejo em louça tradicional da Cerâmica Vieira, como forma de divulgar o artesanato do Concelho. Os próprios jovens da freguesia que servem à mesa envergam trajes etnográficos.
O festival possui também uma vertente musical, assegurada por grupos locais do arquipélago dos Açores, privilegiando grupos do concelho de Lagoa, divulgando-se assim a cultura musical açoriana.
Este festival iniciou-se em 2014 e tem atraído cada vez mais participantes, sendo um cartaz turístico da ilha de São Miguel e dos Açores.